sexta-feira, 23 de dezembro de 2011


Essa semana sentimos uma emoção diferente no ar causada pelo Natal. Foram muitos desejos de saúde, paz, harmonia, entre tantas outras coisas boas. O mundo vibrou positivamente, todas as pessoas estão na mesma sintonia regada pela fé em momentos futuros de muita felicidade. É essa a verdadeira magia do natal!! Não são os presentes, a ceia, as viagens, é a união MUNDIAL em pensamentos de bondade para si e para o próximo.

Aproveitando o ensejo, queremos registrar nossos votos de BOAS FESTAS E ENERGIA POSITIVA a todos que nos acompanham, nossos parceiros, amigos, enoapaixonados em geral. Que assim como os grandes vinhos, consigamos envelhecer com sabedoria e nos tornarmos melhores a cada dia.

E para não perder o costume: peru assado ou bacalhau com bastante azeite (no melhor estilo Gomes de Sá) ficam ótimos com um Pinot Noir, vinhos verdes ou um branco estruturado envelhecido em barrica.

Felicidades MIL da equipe TOUT DU VIN

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Um mundo de sensações, 2ª parada: BARCELONA/ES

Grande cidade catalã consagrada em 1992 pelas Olimpíadas, terra do famoso arquiteto Antoni Gaudi, onde é fácil encontrar suas obras em diversos pontos diferentes como: prédios na Avenida Diagonal (Casa Calvet, Casa Milà), o Parque Güell, a Sagrada Família, entre outros. 
Um local que mistura a vida urbana com a praiana, onde as pessoas aproveitam muito os dias de sol para caminhar, pedalar, encontrar os amigos, passear pelos parques, enfim, curtir o clima delicioso que a cidade oferece.


É aqui também que encontramos uma das vinícolas mais reconhecidas e respeitadas do mundo, a Torres.
Localizada em Vilafranca del Penedès, aproximadamente uma hora de Barcelona, encontramos o que o verdadeiro “amor” pela terra e pela viticultura é capaz de gerar.
Tive a oportunidade de conhecer as instalações e vinhedos, assim como, ouvir um pouco da história dessa família que está ligada ao vinho por gerações.

A VINÍCOLA
A recepção e atenção dos profissionais foi espetacular. Vi coisas com as quais ainda não tinha me deparado, como tanques de aço inox para 70 mil litros que ficam posicionados na horizontal e giram em torno do próprio eixo para que a cor das peles das uvas seja extraída e impregnada no mosto. Passei por um túnel de aromas no qual são projetadas imagens dos ciclos das vinhas e, a cada momento, são lançados no ambiente os aromas característicos da fase mencionada.

O intenso cuidado e preocupação com o meio ambiente, com o desenvolvimento sadio das uvas (eliminaram o uso de pesticidas a mais de 20 anos) e com a verdadeira expressão do “terroir”, mostram o quanto a vinícola Torres está a frente de seu tempo.  Por toda a parte se vê painéis solares que geram 30% da energia que a vinícola consome. Outro fator curioso é a pesquisa e recuperação de espécies/vinhas típicas da região. Para tanto, colocam anúncios em jornais e revistas locais solicitando que as pessoas entrem em contato caso tenham parreiras não identificadas. Nesses casos amostras são recolhidas, seu DNA estudado e todo o seu ciclo vegetativo é acompanhado para avaliar a possibilidade de tratar-se de uma uva “extinta” e que possa apresentar resultados positivos na enologia. É impressionante ver as pequenas mudas em tubos de ensaio no laboratório.

Bom, o resultado são vinhos muito especiais, desde os mais simples – voltados para o consumo diário – quanto os especiais e consagrados, como o Mas La Plana que já foi escolhido pelos editores da Wine Enthusiast um dos melhores Cabernet Sauvignon do Mundo. Vale provar!!


Claro que para encerrar a visita não poderia ser diferente, senão com uma bela degustação: desfilaram em minha taça: o Milmanda Chardonnay, o Fransola Sauvignon Blanc, Perpetual (corte de Garnacha ou Cariñena) e Gran Murrales (aqui vemos uvas que vieram do processo de pesquisa como as autóctones: Garró e Samsó unidas as conhecidas Garnacha, Mazuelo e Monastrell para a produção deste vinho).  M A R A V I L H O S O S !!!

Tive mais um previlégio que acabou se tornando duplo, almoçar no restaurante da vinícola com uma harmonização clássica e conhecer de perto o responsável por tudo isso: DON MIGUEL TORRES. Momentos que ficaram eternizados na memória.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Um MUNDO de sensações, 1ª parada: MADRID/ES

Nos últimos meses venho degustando o vinho de modo diferente e direto em sua fonte. Gostaria de compartilhar algumas experiências muito interessantes com vocês na busca de passar um pouco da emoção sentida através da vivência e dos contatos estabelecidos.

MADRID: a capital da Espanha foi a minha porta de entrada na Europa. Uma cidade de impressiona a começar pela facilidade de circular por ela. Para os turistas tudo está identificado em inglês, as pessoas são muito solicitas, tudo é muito limpo e organizado. Trombamos com a história em, praticamente, cada esquina.

Estive nos pontos mais badalados da cidade, tais como: o Palácio de Cristal, Museu do Prado, Parque del Retiro, Plaza de Cibeles, Puerta de Alcalá, Plaza Mayor, Catedral de la Almudena, entre tantos outros, mas foi no centro (próximo a Puerta del Sol) que tive meu primeiro mergulho na gastronomia local: Paella X Sangria.
Sei que muitos torcem o nariz quando se fala em sangria, mas isso porque no Brasil o vinho foi tão elitizado que precisa sempre vestir “terno e gravata”. Como preconceitos não fazem parte do um estilo. Dei-me a oportunidade de provar e...não me arrependi! É uma excelente opção para o verão, na beira da piscina, depois de um banho de mar e casa perfeitamente com a paella de frutos do mar. Fica a dica para receber os amigos nos dias de calor¹, mas use vinhos mais baratos feitos para o dia a dia. Os demais merecem ser tomados do modo convencional.
Passei dias quentes e maravilhosos por lá com muita gente bonita pelas ruas, barzinhos lotados, espetáculos a céu aberto. Um deles me obrigou a parar, pois uma orquestra sinfônica se apresentava em frente ao Palácio Real , cadeiras foram espalhadas pela praça para os visitantes, crianças brincavam com bolhas de sabão, casais enamorados, que atmosfera MARAVILHOSA, sobretudo a sensação de segurança e respeito.

Bem, o segundo grande momento eno-gastronômico  - e esse foi responsabilidade do meu ex-professor da Wine & Spirit – foi no Mercado de San Miguel, onde tive uma das mais memoráveis experiências sensoriais da minha vida: o casamento perfeito entre azeitonas e Jerez Amontillado², simplesmente DOS DEUSES. Nunca fui uma grande fã deste tipo de vinho, mas  depois da dica e estando na terra destes dois produtos, me arrisquei.  Foi algo impressionante como os sabores individuais se abraçam, se combinam e se transformam numa explosão de untuosidade, aromas, toques ácidos, sal e álcool elegantes, sabores quase mastigáveis...INSQUECÍVEL! O Mercado de San Miguel é uma excelente alternativa para quem quer degustar os sabores madrilenhos e conta com uma arquitetura que merece atenção.

¹ - Receita de Sangria: escolher frutas cítricas de sua preferencia (laranja, maçã, abacaxi) e picá-las em cubinhos, uma lata de refrigerante de limão, uma dose de licor de laranja, uma garrafa de vinho tinto seco, meio copo de suco de laranja, alguns cravos-da-índia, açúcar e gelo a gosto. Misture tudo numa jarra, enfeite com fatias de laranja e limão.

² - Jerez Amontilado:  é feito pelo sistema de solera e criadeira em que os vinhos envelhecem em barricas de madeira preenchidas apenas em 5/6 de seu volume. Essas barricas são empilhadas, sendo que a barrica próxima ao solo é denominada solera e as barricas acima são as criadeiras. Todos os anos com a safra nova, 1/3 do vinho da barrica da solera é engarrafado e vendido e esse volume é completado por 1/3 da criadeira anterior, até o topo que é completado pela safra nova que foi vinificada recentemente.  Esse trabalhoso processo de “saca e rocio” faz com que o vinho desenvolva aromas e sabores muito peculiares. Existe uma camada de leveduras chamada “flor”, impede que o vinho se oxide durante o processo de solera, no caso do amontilado essa flor desaparece durante o processo e permite que vinho se oxide até o seu engarrafamento.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Excelência em Serviços

Sei que em meu último post mencionei que os próximos escritos seriam sobre as viagens e contatos realizados pelo mundo do vinho afora, mas, essa semana assisti a uma palestra com Regina Maluta que é recrutadora do Disney International Programs, e não posso deixar de traçar um paralelo entre o que ouvi e o universo enogastronômico.
Para começar vale um destaque as premissas básicas da Disney:

- os funcionários devem projetar uma imagem positiva e passar energia/entusiasmo ao cliente;

- devem ter em mente que não vendem PRODUTOS, vendem EXPERIÊNCIAS.

- a intenção é sempre exceder as expectativas dos clientes (muitas vezes isso não custa NADA)

Bom, mediante a isso pensemos no mercado de vinho (em todas as áreas onde ele é trabalhado: lojas, sites, restaurantes e afins), já me deparei com muitas situações que me deixaram de boca aberta, tanto no sentido positivo como negativo. Certa vez estava numa loja quando ouvi (sem querer...rs!) a conversa de um vendedor com o cliente que procurava um vinho para acompanhar frutos do mar. Foram-lhe passadas algumas opções e vendo a dúvida em seu rosto o vendedor "trocou em miúdos" explicando o que e porque de cada um dos vinhos. Foi uma venda de poucas garrafas, mas a satisfação do cliente por todo esse cuidado não deixaram dúvidas de que ele havia sido conquistado. Em contrapartida, vivencie uma experiência num restaurante de renome da cidade de SP, a comida era divina, a carta de vinhos bem montada, o ambiente super gostoso, mas a qualidade do atendimento antagonizava com todo o resto. Um horror!!! Resultado: foi a minha primeira e última vez neste local. Algumas empresas se esquecem de que é a satisfação do cliente que gera fidelidade. O cliente quer ser bem tratado e respeitado. Isso é muito simples e está ao alcance de todos.
Pergunte o nome dele quando chegar ou no momento da reserva e trate-o pelo nome. Se voltar mais de duas vezes, descubra onde mais gosta de sentar, ou qual estilo do vinho e então faça sugestões pensando no que lhe proporcionará prazer, independente de preço, pois ele em nada significa satisfação. Nunca empurre produtos, pense se você mesmo ficaria feliz com aquela escolha antes de tentar que outros a adquiram. Tratar de modo individual e com deferência é o que garantirá a sobrevivência num mercado cada vez mais competitivo, portanto, a qualidade do serviço é essencial.
Deixo como exemplo de atendimento a equipe do restaurante PARIGI, eleita a melhor brigada de SP pela revista Prazeres da Mesa em Junho/2011. Do cumin ao gerente sempre se vê um sorriso no rosto, uma educação primorosa, atenção total enquanto falamos com eles (olho no olho), um verdadeiro ballet sincronizado no salão, tudo enriquecido por uma atmosfera deliciosa, além dos pratos do Chef Eric Berland que são simplesmente maravilhosos ainda mais quando harmonizados aos vinhos da excelente carta cuidada com muito zelo por Rogério Cunha e Manoel Beato. Fica registrado o meu parabéns a todos!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

NOVIDADES EM PRIMEIRA MÃO

Olá queridos seguidores, tudo bem? Nosso blog está se atualizando, viajando e aprendendo direto com os enólogos para trazer mais informações sobre o maravilhoso mundo do vinho em primeira mão para vocês. AGUARDE e delicie-se com nossas experiências.

Eno-abraços.

Marcia Gombos

quarta-feira, 13 de julho de 2011

GARRAFA: UMA IMPORTANTE ALIADA

Além de ser o recipiente que melhor se adaptou ao vinho e que facilita seu transporte, as garrafas também podem nos dar dicas sobre o que encontraremos ao abri-la, se mostrando assim uma grande aliada.

Na hora de escolher um vinho, a imagem e “porte” da garrafa nos fornece indicativos a respeito do líquido que ali se encontra. Repare na existência de garrafas que parecem se destacar nas prateleiras em meio as demais. Elas são maiores, mais robustas e pesadas, outras mais “gordinhas”, no entanto,  ao checar seu volume constata-se ser o mesmo, exemplo, 750ml. Isso acontece porque os produtores traduzem para este invólucro, características existentes em seus vinhos.

A garrafa tem sido o recipiente ideal para o armazenamento de vinhos desde séculos atrás e, é por sua causa que estes podem viajar por longas distancias e ainda se manterem íntegros. Ela também é fundamental no processo de envelhecimento, posto que os considerados  “vinhos guarda¹” se beneficiando de um “descanso”, uma vez que num primeiro momento se mostram duros, difíceis e sem qualquer expressividade e, depois de alguns anos (cada vinho precisa de um período diferente) envelhecendo,  desabrocham todo seu potencial.

O Champagne é um exemplo clássico do papel fundamental da garrafa na produção, pois neste caso, é dentro dela que acontece a segunda fermentação e toda a classe e elegância de um dos vinhos mais célebres do mundo se desenvolve.

MODELOS CLASSICOS UTILIZADOS

As garrafas são compostas de quatro partes distintas: base, bojo/corpo, pescoço e gargalo (muitas possuem também ombros).

Existem vários modelos e cada um desempenha uma função diferente , portanto, são indicadas para tipos de vinhos distintos:

- Bordalesa (França) = de corpo reto e ombros são as mais comuns e utilizadas para a maioria dos tintos e alguns brancos;

- Borgonhesa (França) = com bojo/corpo mais arredondado e sem ombros, indicada para tintos mais delicados (Pinot Noir) e brancos;

- Renana (Alemanha) = sem ombros, mais delgada e alta que a borgonhesa, para brancos;

- Champagne (França) = alta e robusta, para vinhos espumantes.

Note que falamos de formatos e não de tamanhos. Nesse quesito a diferença principal é a capacidade, veja:

PARA VINHOS TRANQUILOS – Garrafa comum: 750ml  /  Meia-garrafa: 375ml  /  Miniatura: 175ml  /  Magnum: 1,5l.

PARA CHAMPAGNE E ALGUNS TINTOS - Jeroboam: 3l  /  Rehoboam: 4,5l  /  Methuselah ou Imperial: 6l  /  Salmanazar: 9l  /  Balthazar: 12l  /  Nebuchadnezzar: 20l

Claro que é possível encontrar milhares de outros formatos disponíveis no mercado, afinal, o produtor pode desenvolver um design exclusivo para o seu vinho, e seja lá como for, vale lembrar que a preocupação e empenho em “vestir uma roupa” bonita denota a preocupação com a boa imagem, sendo um item a se considerar no momento da escolha.

¹ São vinhos de muita estrutura e longevidade que ganham com o passar do tempo se tornando melhores quando mais maduros (mais velhos).

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Senado regulamenta atividades de sommeliers

Após muita espera, finalmente a profissão de sommelier foi regulamentada...mas do que ne hora. Leia abaixo parte da matéria de Gabriela Guerreiro (de Brasília) para a Folha.com

A CAS aprovou, em caráter terminativo, projeto que regulamenta a profissão de "sommelier". Assim como o projeto dos taxistas, o texto segue para sanção da presidente Dilma.

O projeto classifica o sommelier como o profissional que executa o serviço especializado de vinhos em empresas de eventos gastronômicos, hotelaria, restaurantes, supermercados e enotecas --além de comissariaria de companhias aéreas e marítimas.

O texto reconhece como sommeliers tanto os profissionais com certificado de habilitação em cursos ministrados por instituições oficiais públicas ou privadas, assim como aqueles que tenham atuação prática no mercado de trabalho por pelo menos três anos na sanção da lei.

"Com isso, abrange-se toda a gama de sommeliers, sem discriminar, à época da aprovação da lei, qualquer um que exerça, efetivamente, na profissão", disse o senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da matéria na comissão.

terça-feira, 5 de julho de 2011

VINHO É ALIMENTO? FATO OU BOATO?

Há uma polêmica que ronda essa história a tornando ainda mais interessante, pois, um projeto de lei foi criado para que o vinho fosse classificado como alimento.

Pesquisas mostram que o consumo regular e moderado de vinho pode ocasionar benefícios a saúde como a diminuição das possibilidades de problemas coronários e vasculares. Um desses estudos, conhecido como o PARADOXO FRANCÊS, foi realizado entre uma parcela da população francesa e norte-americana que apresentavam o mesmo perfil em seus estilos de vida. Notou-se que entre os franceses a incidência de casos de ataques cardíacos era muito menor graças ao vinho, única diferença de hábito constatada. 

O professor Takuo Hashizume do Instituto de Tecnologia de Alimentos do Brasil, mostrou que o vinho possui diversas vitaminas importantes para o bom funcionamento do organismo humano (B1, B2, B6, B12, H, Ácido Fólico, num total de 10).

“São elementos que contribuem para a formação, a manutenção e o desenvolvimento”, afirma o biólogo e professor José Miguel Ascar da Unisinos.

Algumas empresas já encontraram no vinho propriedades estéticas que vem causando uma verdadeira inovação no uso deste produto para o desenvolvimento de cremes, óleos, sabonetes e cosméticos em geral, o que alguns vem chamando de VINOTERAPIA. Existe no Brasil em SPA localizado em meio a vinhedos, totalmente voltado para esta base de tratamento.

Bom, voltando a política, se o projeto de lei for aprovado não só as vinícolas se beneficiarão como também, e principalmente os consumidores, uma vez que a carga tributária será reduzida a uma taxa de 20%, como acontece em outros países da América Latina.

O que preocupa alguns médicos e especialistas é que um consumo excessivo passe a se justificar e a mudança traga problemas a toda sociedade. Por isso, recomendam seu consumo de modo criterioso e associado a alimentos, principalmente aqueles com elevado teor de gorduras, assim seus efeitos serão sempre um motivo de PURO PRAZER.  

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Especial Bordeaux - Parte I

Ela é considerada uma das regiões mais famosas da França e hoje, no mundo do vinho, faz se entusiasmar os mais aficionados e desperta curiosidade naqueles que apenas começaram suas aventuras enológicas.

O rio Gironde corta o relevo de Bordeaux e junto com seus dois afluentes – o Dorgone e o Garone – formam uma importante hidrografia tendo a maioria dos vinhedos localizados às suas margens onde tudo se desenvolve e mostrando o papel fundamental da água na qualidade dos vinhos. Aqui a geografia está desenhada entre o Pólo Norte, o Equador e o Oceano Atlântico a oeste.

Com suas peculiaridades, clima temperado, solos pedregosos de excelente drenagem, é também responsável pelos vinhos mais raros e caros de que se tem notícia. Pérolas como: Chateau Mouton-Rothschild, Chateau Petrus, Chateau d’Yquem, entre outros.

Bordeaux está dividida em diversas sub-regiões dentre as quais podemos citar como as mais importantes: Médoc e Haut-Médoc (St. Estephe, Pauillac, St. Julien, Listrac, Moulis, Margaux, Pessac-Leognan); Sauternes e Barsac; Saint Emilion e Pomerol.

Cada uma dessas regiões possuem características especificas. O que é possível lançar mão como uma forma de escolher corretamente um vinhos nestes casos é que, quanto menor a denominação, maior é a qualidade do vinho. Por exemplo: um Mouton-Rothchild é um BORDEAUX, porém mais especificamente é um HAUT-MEDOC, que por sua vez é um PAUILLAC. Conclusão, esta é a informações que o vinho trará em seu rótulo AOC Pauillac.

Os vinhos de Bordeaux são produzidos com um assemblage¹ de uvas: Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Malbec e Petit Verdot. De qualquer forma, pode-se dizer que as mais representativas e de maior porcentagem são a Merlot – forte na margem direita do rio Gironde e predominante nos vinhos produzidos por lá – e a Cabernet Sauvignon que impera na margem esquerda.

A produção vinícola bordalesa gira em torno de 700 milhões de garrafas/ano. O que a faz ser considerada a maior região do planeta.

Essa fama alcançada por Bordeaux fez com que seus vinhos – de maioria tinta – atingissem altos valores no mercado, principalmente quando o assunto são os cinco Premier Cru Classe²: Chateau Margaux, Chateau Mouton-Rothschild, Chateau Lafite-Rothschild; Chateau Latour e Chateau Haut-Brion, objetos de desejo que dificilmente podem ser comprados por menos de mil reais. São também considerados como vinhos de colecionadores.

Vale ressaltar que muitos Bordeaux de alta qualidade nunca fizeram parte de qualquer classificação oficial e, ainda assim, são vinhos excepcionais (ex. Chateau Petrus). Outro detalhe a salientar é que antes de degustar um grande Bordeaux é preciso muita “litragem”. Exatamente! É necessário possuir uma bagagem considerável de experiências pelo mundo do vinho, porque eles são complexos, poderosos, difíceis e, geralmente requerem um longo amadurecimento, portanto quando provado antes de estar pronto (ele ou você) a decepção é quase certa, mas quando isso acontece no momento ideal, é como sorver gotas de poesia que te levarão para um estado de êxtase pleno e absoluto.

1)      
mistura de uvas diferentes em proporções distintas para que uma complemente a outra e contribua com o seu melhor para o vinho;
 
2)       Classificação realizada em 1855 atribuída a somente cinco vinhos até os dias de hoje, representando os supra-sumo da região;

3)       o amadurecimento acontece na garrafa, sendo necessário que o vinho descanse por alguns anos nela antes de ser aberto e consumido.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

ORGANICOS, BIODINÂMICOS OU NATURAIS?

Vivemos uma grande onda de veneração por produtos orgânicos ou “naturebas” que ganham mais adeptos dia após dia. Logicamente, os vinhos não poderiam ficar de fora desta tendência. Contudo os processos de produção destes vinhos não são resultado de um modismo e sim da filosofia com que cada vinhateiro comanda suas vinhas.

A alta no consumo dos vinhos orgânicos chega a 160 milhões de litros, ou seja, uma média de 5% do total de 3,2 milhões de litros vendidos por ano. Há cinco anos a participação dos orgânicos não chegava a 2% do consumo total.

Para entender melhor as diferenças entre cada um dos métodos de produção dos vinhos que deram nome a essa matéria, vamos descrever suas características básicas:

- Orgânicos: usam somente uvas cultivadas sem agrotóxicos ou pesticidas, mas que podem ter substâncias químicas adicionadas durante o processo de produção como o conservante conhecido como SO2 ou Anidrido sulfuroso e considerado o grande culpado pelas dores de cabeça de alguns enófilos quando usado em demasia pelo produtor.

- Biodinâmicos: utilizam-se do mesmo conceito dos orgânicos, mas vão além, pois todo o ciclo de trabalhos desenvolvidos com a terra e a vinha são determinados pela Lua. É com base no calendário lunar e na posição dos astros que o produtor estabelece a hora de plantar, podar, ou qualquer outra intervenção necessária na videira.
Para cuidar da saúde e integridade do vinhedo, os produtores elaboram suas próprias receitas a partir de elementos naturais, algumas das quais contam com misturas de ervas, água das chuvas entre outros ingredientes que são pulverizados sobre as parreiras para afastar insetos e pragas. Aqui também é permitida a adição de químicas na fabricação do vinho.

- Naturais: Pesticidas e químicos NÃO entram aqui. No tocante ao cultivo da uva, temos as mesmas bases já observadas nos vinhos orgânicos e biodinâmicos, contudo este processo difere dos demais uma vez que NADA pode ser acrescentado na fabricação, sendo mínimas as ações do homem nas plantas. O resultado é um vinho totalmente natural refletindo suas origens. A desvantagem é que estes vinhos tornam-se mais delicados que os tradicionais, uma vez que são vulneráveis a guarda e ao deslocamento por grandes distâncias por não terem qualquer tipo de conservantes, assim como, as variações de temperatura.

Geoffroy de La Croix, produtor biodinâmico da Borgonha, surpreendeu membros de uma confraria em SP com algumas informações passadas, “uma delas dá conta de que em um hectare de terra virgem existem 10 milhões de vidas, entre fungos, cogumelos, insetos, ratos etc., em perfeito equilíbrio ecológico, fato que é dizimado com a ação de produtos químicos. O outro dado é ainda mais impressionante: existem hoje na agricultura mais de 30.000 produtos químicos sendo aplicados, porém apenas 10% deles foram testados em suas implicações quanto à ingestão humana. É assustador, não?” ¹

Fica então a dica para analisar tais possibilidades e incluí-las em sua lista de degustação, pois a tendência é que esses estilos ganhem mais espaço a cada dia. Afinal, uma das premissas no consumo de vinho se baseia na questão da saúde. Voilá!
 



segunda-feira, 13 de junho de 2011

Almaviva

Tornando-se grande referência dos apaixonados por vinhos, o Almaviva nasceu em 1997 quando a Baronesa Philippine de Rothschild (presidente da Baron Philippe de Rothschild) e Eduardo G.Tagle (presidente da Concha Y Toro) se uniram no ideal de produzir um vinho PREMIUM EXCEPCIONAL.

Do encontro de duas culturas nasceu um processo conhecido como PREMIER ORDEN no qual a vinícola e os vinhedos são dedicados exclusivamente a produção de um único rótulo. Solos muito pobres e pedregoso, invernos intensos e chuvosos somados a um longo período de maturação, o ponto mais alto do Valle del Maipo, precisamente na sub-região de Puente Alto, foi o local escolhido para esse desafio, sobretudo por ser aclamada por 20 anos pela produção dos melhores Cabernet sauvignon do Chile.

São utilizadas uvas clássicas de Bordeaux, sempre predominando a Cabernet sauvignon. A colheita é manual e muito minuciosa realizando-se em caixas de apenas 10kg, na intenção de evitar que as bagas sejam rompidas antes do momento desejado.
Uma curiosidade é que embora o vinho seja produzido no Chile, ele é enviado para os negociantes de Bordeaux que os comercializarão pelo mundo inteiro, a exceção o próprio Chile e os EUA.

Outro detalhe pouco conhecido do publico em geral é que o nome ALMAVIVA, embora apresente uma sonoridade hispânica, foi homenagem a uma clássica obra literária francesa chamada "As Bodas de Fígaro" na qual o herói era o Conde de Almaviva. A letra utilizada encerra a homenagem de modo brilhante, pois ela é a caligrafia original de Beaumarchais, autor da obra. Já o logotipo refere-se a um tambor Mapuche (ancestrais chilenos) o qual simboliza a visão da Terra e do Cosmos.
Duas grandes tradições unindo esforços para oferecer ao mundo uma promessa de excelência e prazer.
Não vou citar notas de degustação, pois isso vai depender muito da safra, mas posso garantir que suas papilas gustativas vão ficar apaixonadas. Um deleite para os paladares mais exigentes!

terça-feira, 7 de junho de 2011

NO MUNDO DAS BORBULHAS

O mais famoso dos vinhos, o espumante, é aquele que apresenta gás carbônico, boa acidez e muitas borbulhas na taça.

Produzido como um vinho normal (vinho tranqüilo) ele se tornará um espumante ao acontecer à segunda fermentação. Neste momento dois processos podem ser utilizados: o charmat ou o método clássico.

No método Charmat a segunda fermentação é obtida em cubas de aço inox (autoclaves) que conseguem suportar a alta pressão gerada. O vinho é colocado nas cubas com uma mistura de açúcar de uvas, leveduras e mosto (também conhecida como licor de tiragem). Ao término da fermentação o vinho é trasfegado para outro tanque, recebe o licor de expedição – que definirá o tipo de espumante¹ - sendo engarrafado em seguida. Possibilitando um processo mais rápido e em maiores quantidades, o resultado final terá um custo mais baixo.

Já no método clássico², após a primeira fermentação o vinho “base” resultante é muito ácido. Ele é engarrafado juntamente com uma porcentagem de licor de tiragem para que a segunda fermentação aconteça diretamente na garrafa, seguindo então para as caves subterrâneas onde o vinho ficará em pupitres (específie de estante) na qual a garrafa fica com o gargalo para baixo e em determinadas inclinações. Elas são giradas diariamente na intenção de que as leveduras promovam uma constante troca química com o líquido, seguindo assim a fermentação que irá gerar o gás. A garrafa será girada até chegar a uma posição de mais ou menos 90º para que as borras (leveduras) sejam armazenadas no gargalo, sendo este congelado na intenção de eliminar tais resíduos. Para completar o volume total é acrescido o licor de expedição.

Podemos chamar de espumante todos os vinhos que apresentem “perlage³”, mas existem denominações especificas que nos ajudam a identificar sua procedência:

CAVA – Espanha; MURGANHEIRA – Portugal; CHAMPAGNE – França, etc, sendo este último o mais celebre e afamado de todos, além de ter preços mais elevados. Isso se deve a sua longa e delicada produção que pode levar de 3 a mais de 10 anos (Ex. Pol Roger Winston Churchill) para chegar ao mercado.

Com elegância e refinamento, um bom espumante pode acompanhar um almoço ou jantar do começo ao fim. Conseguindo se harmonizar com tipos diferentes de pratos, portanto, na dúvida a escolha que nunca te deixará errar é esta.

Um vinho vivo, o vinho da felicidade, da paixão, das conquistas, O VINHO DA FESTA!!

DICAS: Espumante Mumm/Argentina, Salton Evidence/Brasil e Piper-Hiedsieck/França.

1.Tipo: brut, demi-sec, doux (teor de açucar);
2.Esse é o método de produção do champagne;
3.Borbulhas.



segunda-feira, 6 de junho de 2011

Bebendo Estrelas

Um vinho elegante e refinado que nos inebria os olhos, o corpo e a alma, nos torna livres e nos “rouba” as verdades.

Assim é o champagne e foi Dom Pérignon – monge beneditino da abadia de Hautvillers no séc. XVII – quem definiu a sua fórmula o que tornou o seu nome o representante do vinho de maior prestigio da casa Moet & Chandon. Incomodado com a alta acidez do vinho após a primeira fermentação decidiu colocá-la na garrafa e estudar as mudanças que isso causaria e tempos depois chamou a todos dizendo: “Venham depressa! Estou bebendo estrelas!”

Produto de uma segunda fermentação na garrafa, o champagne é uma das AOC¹ (Appellation d’Origine Contrôlé definida em 1927) mais famosas da França.

É composta por três uvas permitidas pela legislação: a Chardonnay, responsável pelo frescor e elegância, a Pinot Noir que garante corpo e potência, e a Pinot Meunier agregando suavidade e equilíbrio.

Estas uvas, após o processo de produção de um vinho tranquilo² são misturadas de acordo com a porcentagem desejada pelo enólogo e o estilo da casa. A mistura é engarrafada  para que a segunda fermentação aconteça, se formando uma grande quantidade de gás carbônico. O tipo de champagne é estabelecido após a extração dos sedimentos e a adição do licor de expedição para completar o conteúdo, tornando o champagne um brut, demi-sec, doux, etc, e você verá essa informação no rótulo. Aliás, pode acontecer também de existir as inscrições “Blanc des blancs” ou “Blanc des noirs”. O primeiro caso designa um champagne branco feito somente com a uva branca Chardonnay, já no segundo, teremos um branco feito com as uvas tintas Pinot Noir e Pinot Meunier.

O Rose é outra versão conhecida e, normalmente, bem mais cara e especial a julgar pelo fato da difícil elaboração dos vinhos tintos na fria e úmida região.

Bem, seja como for, champagne é champagne e acredito que muitos, assim como eu, concordam com o que dizia a mulher mais influente da França no reinado de Luiz XV, Jeanne-Antoinette Poisson, conhecida como Madame de Pompadour: "Eu bebo quando estou feliz e quando estou triste. Algumas vezes bebo quando estou sozinha. Quando tenho companhia, considero obrigatório. Beberico se não tenho fome e bebo quando tenho. Além dessas ocasiões eu nunca toco em champagne... a não ser que tenha sede!"

Portanto, mantenha sempre uma garrafa desta maravilha em sua adega.

DICAS: Laurent Perrier Brut, Moet & Chandon Rose, Dom Perignon 2000.

¹ Denominação de Origem Controlada – legislação que dia normas para a produção de vinhos em determinadas regiões da França.

² Vinho tranqüilo é aquele que não apresenta gás carbônico.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

VINHOS DO CONTINENTE AUSTRALIANO

Conhecido por sua fauna repleta de animais exóticos, pela grande barreira de corais e tantas outras belezas, a Austrália é também o local de vinhos concentrados, frutados e aromáticos.
Embora seja o mais velho dos continentes, seus vinhos somente foram descobertos pelo mundo a mais ou menos 20 anos. Integrando-se aos países do chamado “novo mundo”, aqui conseguimos relacionar algumas características típicas de produtores modernos, principalmente no que diz respeito aos rótulos. A identificação é mais fácil dada à maior riqueza de informações como: região de origem, nome do produtor e do vinho, safra e, acima de tudo, a(s) uva(s).

Conta a história que a primeira vinha foi plantada em 1788 e desde então aumenta em qualidade e importância o que é produzido por lá. Poranto, vale ressaltar suas regiões vinícolas de maior destaque: Nova Gales do Sul (dividida em 9 sub-regiões); Austrália Meridional (7 sub-regiões); Victoria (9) e Austrália Ocidental (6).

Os vinhateiros seguem a filosofia de que um bom vinho deve ter origem específica, um terroir distinto e uma diversidade alcançada através das variações de safras.

Em solos pobres, de clima ensolarado e oriundas de regiões cercadas pela água por todos os lados, de norte a sul, as uvas Shiraz/Syrah (tinta) e Chardonnay (branca) são as grandes rainhas por essas terras. Elas se desdobram em vinhos que conquistam, sobretudo, por sua excelente relação de preço/qualidade.

Quem degusta um bom vinho australiano, dificilmente não se sentirá seduzido por sua tipicidade, explosões de aromas, harmonia e, ao fechar os olhos, perceberá que muito daquele país tão belo e hospitaleiro foi fielmente traduzido por esse produto tão envolvente.

Vale ressaltar que os produtores australianos são pioneiros na utilização da “Screwcap” (tampa e rosca) e das embalagens “Bag in Box” que ajudam a diminuir o custo do produto sem interferir, de maneira alguma, na qualidade do resultado final.

DICA: A linha Yellow Tail vale a pena, pois são vinhos "descomplicados" e com excelentes preços. Novidade no mercado brasileiro trazida pela importadora Abflug.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Biodinâmicos: frutos da terra

A filosofia de produção de vinhos é completamente distinta entre uma vinícola e outra. Vale à pena ter opções de escolha e deixar o preconceito de lado para conhecer os biodinâmicos.

A palavra soa como algo futurista, quiçá, uma invenção tecnológica pós-moderna, mas na verdade a biodinâmica é um processo antigo, passado de geração em geração, através do qual o homem se baseia nos ciclos naturais do planeta para cultivar suas uvas.


Aqui o respeito pelos aspectos físicos é total, seguindo o seu ritmo e utilizado técnicas holísticas, os biodinamistas não pulverizam pesticidas químicos em seus vinhedos e sim, fazem o controle de pragas através de ervas, minerais e outros elementos da natureza. Seguem as fases da Lua, aram a terra com a ajuda de animais, respeitam os 4 elementos (terra, água, fogo e ar), tal como as características do “terroir¹” e sua expressão.

Assim,o vinho é resultado do que a natureza foi ou fez em determinada safra, contando com a menor intervenção possível da mão humana.

Nicholas Joly da vinícola Coulée-de-Serrant é o mais conhecido defensor desta técnica de viticultura e ressalta: “Eu não quero um bom vinho, mas sim, um vinho verdadeiro”

Eles são diferentes não só na aparência, como também na estrutura e merecem muita atenção. Prove e tente decifrá-los. Pode ser que você adote esta idéia.

1)
palavra em francês usada para designar terreno e tudo que o envolve (geologia, climatologia, geografia, etc)

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mais uma feira agita a cidade

Foi dado início ontem na ViniVinci’11 (de 24 a 26 de Maio), uma feira de vinhos que reúne mais de 240 rótulos para degustação no Hotel Hyatt em São Paulo.

A importadora trouxe alguns dos produtores que representa com exclusividade no Brasil para que os clientes possam ter a chance, não somente de provar os vinhos, mas também de conversar diretamente com quem acompanha todo o seu processo desde o cultivo da vinha até sua saída para o mercado.

Vale ressaltar algumas descobertas interessantíssimas como o espumante Brut brasileiro produzido pela Angheben (método clássico) com notas a fermento, perlage fino, pimenta e de boa persistência em boca. Prove também o Gewüztraminer 2008 que embora nos assuste a safra está super redondo e fresco, mas o produtor garante que são pouquíssimas as garrafas ainda disponíveis.

Seria uma tarefa impossível degustar tudo o que ali era servido num único dia, mas não pude resistir ao chamado de meus antepassados húngaros e encerrei a noite me deliciando com o que, para mim, é o melhor vinho doce que existe: o Tokaji. Existem 3 opções em degustação sendo elas: o Tokaji Hétszolo 3 Puttonyos* 2003, 5 Puttonyos 2001 e 6 Puttonyos 2001. EXCEPCIONAIS notas de cítricos (casca de laranja, damascos...) amêndoas, mel e quanto maior a quantidade de Puttonyos maior a complexidade aromática e o desabrochar em boca, simplesmente, M A R A V I L H O S O S!!!!

*1 Puttonyo corresponde a 25kg de uvas atacadas por um fungo de nome Botrytis cinerea que provoca a perda de água no interior da baga, concentrando assim os açúcares. Portanto, um Tokaji 3 Puttonyos recebeu 75kg de uvas “passas” junto ao mosto para que essas transferissem sua complexidade e graduação de açúcar ao resultado final. O mesmo acontece com os demais, sendo o mais doce o 6 Puttonyos que tem acima dele uma última denominação, essa muito difícil de encontrar, o ESZCENCIA feito somente com uvas botrytizadas.

Uvas atacadas pelo Botrytis cinerea ou Podridão nobre

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Para aquecer o Outono/Inverno

As baixas temperaturas climáticas favorecem os tintos e também os brancos encorpados, pois eles possuem mais estrutura, corpo, são servidos frescos ao invés de gelados e acompanham os pratos mais gordos e pesados que se consomem nestas épocas. Uma das  mais clássicas harmonizações de Outono/Inverno é o “fondue”¹ e vinho. Esta bebida também cria um ambiente perfeito em frente a uma lareira ou ao lado de uma excelente companhia.


Os vinhos tintos mais encorpados terão maior concentração de taninos que combatem a gordura, sendo uma ótima e indispensável pedida para evitar os maus efeitos desta. Outra boa vantagem é o fato de ser um excelente vasodilatador fazendo com que o sangue circule mais rápido ajudando a aquecer as extremidades – como nariz, pés e mãos – que normalmente ficam mais frios que o resto do corpo porque o organismo concentra as maiores zonas de calor próximas aos órgãos vitais.

Queijos em geral são outro apelo do Outono/Inverno, portanto, vale ter em mãos algumas dicas de boas parcerias:

CAMEMBERT: fica bem com Beaujolais, Bourgogne Passe-Tout-Grain, Chardonnay barricado;

¹GRUYÈRE E EMMENTHAL: Vinhos do Rhone, Syrah, Merlot, Carmenere;

CHEDDAR MATURADO: Tintos de Bordeaux, Porto Tawny, Cabernet Savignon, Chateauneuf-du-Pape.

Desfrute as boas oportunidades da estação curtindo o friozinho ao lado de muito calor humano regado a belos vinhos. Você perceberá que a temperatura se eleva e fica muito mais agradável a cada novo gole e boas risadas.

Para maiores dicas, cursos e palestras acesse: www.toutduvin.com.br que estarei a sua disposição.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

TAYLOR’S lança Porto 1855 pré-filoxérico

Um dos Vinhos do Porto mais antigos e raros do mundo foi posto a venda em Dezembro passado para a  alegria de colecionadores e apreciadores de Vinho do Porto do mundo inteiro, pela tradicional vinícola  Taylor´s .

Taylor’s SCION é um Vinho do Porto pré-filoxérico produzido em meados do século XIX, notável não só pela sua raridade e importância histórica, mas também pelo fato de, após 155 anos de envelhecimento em casco, o vinho estar em perfeitas condições. A equipe de provadores do Robert Parker atribuiu 100 pontos ao SCION o que atesta bem a qualidade deste vinho.

A admirável forma como enfrentou a passagem do tempo fazem da sua descoberta um marco na história do vinho. O SCION é um dos raros sobreviventes do período pré-filoxérico, é um monumento a uma era perdida. Vinhos como o SCION nunca mais serão feitos.

Em 2008 David Guimaraens, enólogo da Taylor’s, provou este vinho que repousava num armazém de uma distinta família do Douro, mantendo-o como reserva privada, com a exceção de um casco que dizem ter sido adquirido por Winston Churchill.

Em 2009, o único descendente direto da família morreu sem deixar filhos e seus herdeiros decidiram vender o vinho dos cascos. A Taylor's adquiriu amostras dos dois cascos e constatou que as quinze décadas de envelhecimento em madeira tinham-no concentrado e conferido uma complexidade mágica. Tornara-se uma essência sublime.

Perante tal valor em mãos, a Taylor’s teve de decidir entre reservá-lo para abrilhantar os lotes de vinhos mais velhos da casa ou engarrafá-lo em separado, oferecendo ao mundo um Porto de 155 anos, nunca antes engarrafado. Como se percebe, a casa decidiu-se pela última opção, engarrafando um número exclusivo de garrafas que, como não podia deixar de ser, serão vendidas numa embalagem extremamente luxuosa. No total só foram produzidas 1000 garrafas, todas vendidas assim que seu lançamento foi anunciado, sendo algumas poucas reservadas para o Brasil.

“A Taylor’s reconheceu de imediato a qualidade absolutamente notável deste vinho e a sua importância histórica pelo que decidiu não o lotar, mas lançá-lo como um vinho de coleção,” declara Adrian Bridge, Diretor-Geral da Taylor's. “No vinho, como em outros campos de atividade, é uma vantagem reconhecer o sucesso de outros, bem como o é alcançá-lo,” acrescentou.

Na minha humilde opinião, não há como negar que VINHO É VIDA E É VIVO! Nasce, cresce, amadurece e envelhece presenteando os apreciadores, a cada fase, com novas descobertas. E essa é a sua grande vantagem sobre as demais bebidas, a DIPLOMACIA, chegando ao mercado com diversos preços, estilos e a promessa de atender à todos os gostos (e bolsos), desde o acompanhamento do dia a dia até a comemoração suprema de uma nova vida.

FONTE: Denise Cavalcante Assessoria.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Mais um pouco de Itália

O passeio de hoje é por uma ilha localizada no extremo sul do país, rodeada pelos mares Tirreno e Mediterrâneo, com mais de 22 km quadrados, detentora de terrenos montanhosos, solos pobres e insolação constante...seja bem vindo a Sicília.

Ela sempre produziu vinho, isso é um fato incontestável, porém encontra-se numa situação antagônica tendo de um lado vinhos medíocres e de outro, muitos de grande categoria e personalidade que somente após um movimento que envolveu os principais produtores da região em busca de qualidade, tornou possível o que hoje se conhece da boa fama dos vinhos sicilianos, fascinantes e com algo totalmente diferente do convencional.

Existem castas típicas deste local que não se vê em nenhum outro do mundo – pelo menos não com a mesma expressividade – como a Nero D’Avola¹, Nerello Mascalese, Nerello Cappuccio, Catarrato, Grecânico, etc, responsáveis por estilos interessantíssimos.

Uma das Denominações de Origem Controladas (DOC’s) é conhecida como ETNA e apresenta-se através de vinhos bastante minerais, devido ao solo composto por propriedades vulcânicas, dada a proximidade com o vulcão que lhe empresta o nome.

Os vinhos mais famosos da região são o MARSALA (doce e fortificado); o Passito de Pantelleria (doce de uvas passificadas) e o Malvasia delle Lipari.

É difícil um apreciador de vinho dizer que gosta mais ou menos do que é feito na Sicília, pois aqui cabe a frase “ame-o ou deixe-o”. A mineralidade, o estilo único e a complexidade encontrada em varietais da Nero D’Avola ou de um belo assemblage² de Nerello Mascalese com Nerello Cappuccio, tornam esses vinhos um desafio e vale, como sempre, ficar de olho no produtor e pesquisar aqueles que possuam uma história de seriedade e empenho no mundo do vinho para não se decepcionar.
 
Para quem ainda não teve a experiência de provar vinhos Sicilianos segue uma boa dica. Preste muita atenção num caráter ferroso, fruta discreta e nas notas minerais bem marcadas. Se tiver oportunidade, faça bruschettas sicilianas para harmonizar. Hummmm!! Tenho certeza de que irá se render aos encantos desses sabores.
 
¹ Mais conhecida como Calabrese
² Vinhos feito com mais de uma uva

 
DICA: Torre Solaria Nero D’Avola IGT Sicília (importadora: De Vinum)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Vamos falar de Itália?

Analisando o mapa da Itália, localizamos no calcanhar da bota com 400 km de extensão, a Púglia. Região de clima ameno (Mediterrânio), algumas colinas, solo calcário e um relevo que apresenta grande parte de planíces sendo um ambiente favorável ao plantio da Vitis vinífera e contando com mais de 190 mil hectares plantados.

A alta produção é vista como um problema, uma vez que a complexidade da uva é posta de lado, mas mudanças vem acontecendo, assim como um conceito de renovação, tomando consciência da necessidade de baixar o rendimento por planta em favor da qualidade. Sua expansão saltou aos olhos de investidores de peso no mundo do vinho, como é o caso da casa Antinori.

Aqui aparecem uvas pouco conhecidas do resto do mundo como a Negroamaro, a Bombino Bianco, a Uva de Troia, a Malvasia Nera, a Primitivo (que pode ser del Tarantino ou di Manduria. Na Califórnia é a famosa Zinfandel), a Otavianello, entre outras

Possue denominações IGT e mais de 25 DOCs definidas, sendo Salice Salentino a que conquistou maior sucesso.

Hoje, de certa forma, o olhar dos produtores na Púglia está voltado para o Novo Mundo, que exporta cada dia mais mão de obra qualificada para essa região, ajudando as vinícolas nos processos de modernização.

Bom, sei que adoro os vinhos por aqui produzidos com seu paladar marcante, potente e preços acessíveis. Por isso, VALE A PENA PROVAR!
 

Dica: Torre Solaria Primitivo Tinto / Puglia (Importadora: De Vinum)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A temperatura correta

Desculpem o sumiço, mas o servidor do Blog teve alguns problemas que me impediram de realizar os posts.
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Esse é um detalhe simples no serviço do vinho, mas que implica e muito nos resultados de uma degustação.  A temperatura incorreta irá desaparecer com aromas típicos e importantes, ou ainda, ressaltar pequenos defeitos.

Segundo Mauro Celso Zanus – pesquisador da Embrapa Uva e Vinho – “Numerosas substâncias voláteis e não voláteis determinam a percepção do aroma e sabor dos vinhos. A temperatura é uma medida do grau de movimento (energia cinética) destas substâncias e afeta a intensidade e o perfil dos estímulos sensoriais que são enviados para o cérebro.”

Resumindo, se pensarmos num vinho branco feito com a uva Gewuztraminer, muito produzida na Alsacia/França e de excelentes resultados no Chile, este será fragrante, de rico leque aromático (floral) e de ótima acidez, mas se servido acima da temperatura ideal, ficará com aromas fechados, acídulos e alcoólico. Além de ter seus possíveis defeitos camuflados.


O Brasil com seu clima tropical de dias quentes e pouco frio nos obriga a refrescar os vinhos, embora muitos digam que o correto é servi-lo em temperatura ambiente. Isso não deixa de ser verdade quando falamos de países em que a média não ultrapassa os 16º ou 18ºC.

E qual a melhor alternativa para refrescar o vinho se você não tiver uma adega?

Primeiramente, guarde as garrafas em local fresco e ao abrigo da luz para garantir a integridade do conteúdo. Uma hora antes de abrir, coloque na geladeira, ali na parte mais baixa onde normalmente ficam os legumes. Evite a porta, pois nela o vinho será agitado a cada abertura, provocando eventuais alterações.

NUNCA coloque o vinho diretamente no freezer, pois o choque térmico modifica suas características.

O melhor aliado para se atingir a temperatura ideal de brancos e espumantes é o balde de gelo. No primeiro caso, coloque água gelada, algumas pedras de gelo, um punhado de sal grosso (que evita um rápido derretimento) e álcool para que a mistura resfrie de modo mais acelerado. Mergulhe a garrafa até o gargalo. Depois de uns 20 minutos, sirva a todos e volte à garrafa para o balde. Quanto aos espumantes o procedimento é o mesmo, mas pode caprichar na quantidade de cubos de gelo, pois esse vinho precisa estar em temperaturas bem mais baixas que os demais, confira:


TEMPERATURAS RECOMENDAS

20ºC – tintos envelhecidos por muito tempo, estruturados e complexos;
18ºC – tintos estruturados, Portos mais complexos;
17ºC – tintos de médio corpo e de qualidade;
15ºC – tintos jovens e com pouco tanino, frutados e leves;
12ºC – tintos licorosos, Porto Tawny e Ruby;
11ºC – brancos secos de boa qualidade e complexidade, vinhos roses;
10ºC – Champagne envelhecidos e de qualidade, Porto branco;
09ºC – espumantes brut mais complexos, vinhos brancos secos em geral;
08ºC – espumantes brut e prosecco, vinhos brancos aromáticos;
07ºC – brancos doces;
06ºC – espumantes demi-sec;
05ºC – Moscatel e Asti

Calma, não precisa entrar em pânico!! Você saberá com o tempo quando a temperatura estiver de acordo ou não. Na dúvida é preferível que esteja mais frio que quente, pois neste caso basta ter um pouquinho de paciência e “voilà” a temperatura ambiente fará com que o vinho desabroche seus aromas, daí basta curtir.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Nota 10!

Já havia experimentado o Leyda Pinot Noir e rendido minhas congratulações a vinícola, pois este é realmente um vinho muito bom e com um custo melhor ainda. Ontem saí para jantar e o destino foi o Cabaña Del Asado na Rua José Felix de Oliveira – Granja Viana. A especialidade da casa é a parrilla argentina com cortes típicos como bife ancho, chorizo, entre outros.
A atmosfera é deliciosa com uma mistura de rusticidade e charme, o que torna o lugar muito aconchegante.
Bem, para harmonizar com nosso entrecot, bife ancho e bombom de alcatra, minha escolha foi pelo Leyda Reserva Carmenère 2009. Apostei na experiência vivida com o Pinot e na responsabilidade do enólogo em não permitir que dois vinhos com o mesmo nome se apresentassem do forma antagônica e não me arrependi.
A estrutura desse Carmenere com notas de frutos negros, leve aroma de caixa de charutos e taninos domados, abraçaram de modo surpreendente o paladar e estrutura das carnes. Ficou perfeito!!
Uma noite agradabilíssima na companhia de pessoas queridas, um lugar gostoso e o deleite dos sabores em boca. Nota 10!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Acontece

SALTON RECEBE CLIENTES E APRESENTA TODA SUA LINHA NA APAS

A Vinícola Salton marca presença na maior feira do setor atacadista e supermercadista da América Latina, a APAS, que teve início nesta segunda (09) e se estende até o próximo dia 12 de maio no Expo Center Norte, em São Paulo.Contando com a visita de um grande público, a Salton aproveita para apresentar toda a sua linha de produtos para compradores de todo o País e exterior, comemorando o grande número de negócios fechados. “Estamos recebendo clientes de todo o Brasil e grandes nomes do exterior e isso é extremamente importante para nossa empresa”, conta Luciana Salton, gerente de marketing da Vinícola.

O Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados da APAS está em sua 27ª edição e apresenta as principais novidades do segmento, devendo atrair cerca de 75 mil empresários, diretores e executivos do Brasil e do exterior durante toda a feira. Este ano, o tema escolhido é “Inovação -Simplificando a Vida do Consumidor”.

APAS
Data: de 9 a 12 de maio
Local: Expo Center Norte, Pavilhão Azul(Rua José Bernardo Pinto, 333 - Vila Guilherme)
Informações: tel. (11) 2224-5959


Fonte: MD Assessoria e Comunicação

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Vinhos e amigos uma harmonização PERFEITA!

Na minha opinião é difícil encontrarmos um momento mais delicioso do que um encontro com amigos regado a bons vinhos.


Neste final de semana convidei algumas pessoas queridas para um encontro que visava matarmos as saudades, rirmos muito (como sempre acontece) e nos maravilharmos com alguns rótulos.

Para saciar a fome, montei tábuas de frios, queijos, pães e uma seleção de patês que foram pensados de acordo com cada rótulo que provaríamos.

A noite foi inaugurada pelo tinto espanhol da Sociedade da Mesa oriundo da região de Navarra. CONDADO DE ALMARA CRIANZA 2007 (50% Tempranillo e 50% Cabernet Sauvignon), que havia comprado a poucos dias atrás e foi uma adorável surpresa, redondo, taninos suaves, frutas maduras e excelente estrutura em boca. Eleito o vinho da noite!!!

Na sequência provamos um ACHAVAL FERRER MALBEC 2003 da região de Mendoza/Argentina. Eu já conhecia esse vinho desde 2005 e, infelizmente, ele perdeu sua força, leque aromático e hamonia em boca. É um vinho EXCEPCIONAL, mas não deve ser guardado tanto tempo. Meu amigo que nos presenteou com ele, ficou um tanto decepcionado porque o provou em seu auge como eu.

Partimos então para o CASAS DEL TOQUI CABERNET SAUVIGNON RESERVA 2009 do vale Cachapoal/Chile. Um típico cabernet chileno intenso, de taninos marcados, notas de frutas negras e um toque de pimentão. Muito bom também!!

Aí uma grande surpresa para todos que nunca viram um vinho Esloveno antes, isso mesmo, um vinho do leste europeu trazida na bagagem por um querido amigo legitimamente nativo daquela terra. KRASKI TERAN é um vinho rico em ácido lático e ferro, de paladar totalmente diferente ao que estamos habituados. Escritos antigos atribuíam a este o poder de re-estabelecer a saúde e as forças do homem. Sua garrafa tem um design diferenciado e não possui rótulos, somente uma “tag” e algumas inscrições em alto relevo. Uma delas diz: “Osti jarej”, ou seja, mantenha-se jovem.

Bom, a noite encerrou-se com um colheita tardia para acompanhar um belo gorgonzola e ficou maravilhoso. O vinho era outro argentino chamado Dolcissimo feito com a uva Viognier que apresenta uma leve acidez de final de boca suavizando o excesso de doçura. Abraçou o queijo de modo terno e eterno deixando um gostinho de quero mais.