sábado, 7 de maio de 2011

Harmonização: existe um casamento perfeito?

Vinho é bom em qualquer momento e não existe uma regra básica sobre quando devemos abrir uma garrafa. Na minha opinião, isso somente deve ser feito quando se tem vontade, ou seja, SEMPRE!

E na hora de harmonizar, como definir o que abrir? Quais as melhores combinações? Essa é uma das maiores dúvidas que envolvem os vinhos, decidir que vinho servir com determinada comida. Portanto, acredito que é interessante abordarmos o assunto, ressaltando que esta pode ser uma experiência INESQUECÍVEL!

Antes de mais nada, devemos ter em mente dois detalhes muito importantes:
- paladar é algo subjetivo e
- não há duas safras de vinhos que sejam exatamente iguais.

Bem, partimos do principio que tudo é uma questão de DEPENDE: vinho branco é bom com peixe? Depende do peixe e do molho que o acompanha.
Carne somente com vinhos tintos? Depende da carne, de como ela foi preparada, de sua estrutura, temperos, etc.

Precisamos entender que quando decidimos harmonizar pratos e vinhos, precisamos saber quais as características predominantes de cada um deles.

Um exemplo: Bacalhau a Gomes de Sá é um receita com muito azeite, batatas, azeitonas e condimentos, resultando num prato de estrutura, oleosidade, mas feito com peixe. Logo preciso de um vinho que obedeça as mesmas características, que tenha corpo e também acidez para combater a oleosidade, e neste caso a recomendação seria um branco encorpado feito com a uva Chardonnay e que tenha passado por barricas de carvalho. Ou ainda, um tinto leve aromático feito com a uva Pinot Noir por um produtor do novo mundo (são mais frutados).

No dia a dia, para receber os amigos em casa ou para um jantar mais formal, você poderá utilizar regrinhas que ajudarão bastante a esclarecer quais as melhores opções. Veja, elas não são verdades absolutas e infalíveis, mas a possibilidade de errar é deveras menor.

Pratos leves (saladas, frutos do mar, queijos delicados) = vinhos leves (preferencialmente os brancos);

Pratos gordos, substanciosos = vinhos tintos gordos, cheios e de boa acidez (os produzidos no novo mundo são uma excelente alternativa, assim como os franceses do Rhone, Languedoc, Corbieres, etc);

Massas com molhos ricos ou Carnes suculentas = tintos encorpados;

Sobremesas de chocolate ou quando ele aparece como elemento dominante = Porto;

Sobremesas com frutas ou caldas de frutas em que tal sabor sobressaia = late harvest, Moscato, espumante demi-sec.

A harmonização deve ser pensada prato a prato, contudo se não existir “verba”, uma ótima alternativa é utilizar vinhos espumantes que funcionarão bem com a maioria.

Quanto aos casamentos perfeitos, eles existem sim e posso citar alguns: ostras com Chablis, queijo Chevre com Sauvignon Blanc, Roquefort com Sauternes, cordeiro assado com Bordeaux, mas vale repetir que paladar é subjetivo, pessoal e intransferível!!!

Lembre-se: o que vale é o momento, o prazer proporcionado e a valorização de sua refeição pelo simples fato de ter um vinho à mesa.

Bon Appétit et de la Santé      

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